O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), usou 80
notas fiscais de uma empresa de consultoria pertencente a um amigo de
longa data para receber RS 317 mil em verbas de gabinete da Câmara dos
Deputados entre os anos de 2009 e 2018. As informações foram reveladas
pelo jornal Zero Hora na manhã desta terça-feira, 8. Entre as 80 notas,
29 foram emitidas em sequência, o que indica que Onyx teria sido o único
cliente da firma.
A empresa chamada Office RS Consultoria
Sociedade Simples pertence a Cesar Augusto Ferrão Marques, técnico em
contabilidade filiado ao DEM, partido de Onyx. Marques também trabalhou
em campanhas políticas do parlamentar. O jornal informa, ainda, que
Marques não tem registro no Conselho Regional de Contabilidade. Ele é o
responsável pela contabilidade do DEM no Rio Grande do Sul.
Ao
jornal, ambos negaram qualquer irregularidade. A empresa está inapta na
Receita Federal por omissão de valoes ao fisco e tem R$ 117 mil em
dívidas tributárias. Entre janeiro de 2013 e agosto de 2018, não
recolheu impostos, apesar de ter emitido 41 notas a Onyx.
Em entrevista ao jornal Zero Hora,
Onyx Lorenzoni afirmou que conhece Cesar Marques desde 1992, que ele
fez consultoria e orientou até projetos enquanto Onyx era deputado
federal. O ministro afirmou que Marques sempre foi diligente e, por
isso, está trabalhando com ele há anos. "Essa coisa da numeração das
notas, isso é problema dele, da empresa dele. Não me cabe, não sei se
era o único cliente dele", disse.
"Agora, não sabia que não havia
esse registro no Conselho de Contabilidade, nem que isso tinha essa
relevância, até porque as contas foram aprovadas pelo Tribunal Regional
Eleitoral. Mas não sei disso. Pode ter esse problema, mas é alguém que
me acompanha desde 1992, não achei ontem", afirmou.
Ao mesmo
jornal, Marques confirmou que trabalha com Onyx há quase 30 anos como
consultor tributário. Segundo ele, o ministro não é o único cliente de
sua empresa. Marques, que tem outra empresa, disse que emite parte das
notas fiscais por uma empresa ou por outra devido a questões
tributárias.
FONTE: Estadão
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