domingo, 27 de janeiro de 2019

SAÚDE PARA ALÉM DA POLÍTICA, por Carlos Lula


Os desafios de se fazer gestão pública no Brasil são imensos. Mas um deles chama a atenção em especial, pela sua peculiaridade e também complexidade: a transição governamental que encerra um ciclo administrativo e inicia outro. A readequação da burocracia no primeiro escalão, as prioridades de governo e o aproveitamento daquilo que funcionava bem na gestão passada, são elementos que se fazem presentes em momentos como vivemos agora, de novos horizontes para o Brasil.

Com a saúde não é diferente, haja visto que o nosso sistema administrativo estabelece competências concorrentes para políticas públicas, envolvendo um esforço das esferas municipal, estadual e federal, no compromisso com a melhoria da qualidade de vida do cidadão brasileiro.

No Maranhão, nossa missão é consolidar um caminho que tem dado certo. Com um cenário econômico adverso e muitos indicadores a serem melhorados, temos investido na descentralização dos serviços, na ampliação de uma rede pública otimizada e eficiente, na valorização do profissional de saúde e sobretudo na humanização do atendimento. Ainda assim, estes esforços não são solitários. Diversas ações são realizadas em parceria com o Governo Federal – seja ele aliado ou não – e o diálogo deve ser uma meta indiscutível para obtenção de sucesso.

Assim, uma postura honesta em relação ao povo maranhense é justamente a que mostramos na última semana: a de abrir todos os canais possíveis de diálogo com o Governo Federal, apesar das divergências políticas. 

A campanha eleitoral está no passado, mas o compromisso com a excelência na saúde pública continua no presente, na perseguição de melhores resultados.

Devemos pensar nos ganhos para a saúde do Maranhão por meio do planejamento eficiente já executado pela Secretária de Saúde, mas também, a partir do empenho das nossas bancadas legislativas na Câmara e no Senado, e de parcerias institucionais sólidas com o Ministério da Saúde e demais órgãos - como a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). A equação precisa de constante dedicação de todas essas esferas para continuar em pleno funcionamento e em nenhuma hipótese as diferenças políticas podem ser entraves neste processo.

Uma interlocução com Brasília é indispensável, pois embora o alinhamento político não seja imediato, a preocupação com a manutenção de serviços, bem como da qualidade destes, é um denominador comum entre as diferentes esferas da administração pública, e isto ficou visível na minha vista ao ministro Mandetta na última semana. Em reunião para tratar de assuntos do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS) e também da saúde no Estado do Maranhão, diversos prospectos foram discutidos, mas a pauta sobre a difícil missão do financiamento do SUS não ficou de fora.


Em todo caso, a tomada de decisão na esfera da política nunca é fácil, e envolve mais fatores do que simplesmente o certo e o errado, o bom e o mau. Tomar decisões coerentes, ainda mais nesse contexto difícil que o país enfrenta, requer serenidade e boas doses de paciência. Perseverar com inteligência, reconhecendo que as diferenças ideológicas não podem servir de álibi para interromper nossos serviços, e acima de tudo, compromisso com melhor cuidado para os maranhenses.

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