quinta-feira, 14 de março de 2019

Segurança Pública apresenta suspeito de feminicídios em coletiva


Equipes do Departamento de Feminicídio da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), órgão da Polícia Civil, apresentaram Marcos Vinícius Rocha, 32 anos, em coletiva à imprensa na sede da Casa da Mulher Brasileira, Jaracati, manhã desta quarta-feira (13). Ele é suspeito de cometer dois feminicídios em Juçatuba, São José de Ribamar.

Os crimes ocorreram entre dezembro do ano passado e fevereiro deste ano, tendo como vítimas mulheres que o suspeito disse conhecer de vista, mas com as quais teve encontros consentidos.

Marcos já possui condenações por roubo e tentativa de estupro, julgados em Viana, em 2004. O suspeito já estava preso desde o dia 1º de março.

“Foi um caso que nos demandou esforços de vários setores e contamos com o apoio indispensável da perícia”, contou a delegada chefe do Departamento de Feminicídio, Viviane Fontenelle.

Segundo Viviane, a investigação prossegue para confirmação de como o suspeito operou os crimes. Por exemplo, há indícios de estupro das vítimas, mas ele nega.

“Considerando a periculosidade dele, solicitamos a prisão preventiva que prontamente foi determinada pela justiça e nesta coletiva, queremos tornar pública a imagem dele, pois acreditamos que há outras vítimas”, completou a delegada.

Além de estupro, as investigações apontam que as vítimas foram mortas por arma branca, pois há perfurações nos corpos.

Em depoimento, o suspeito confessou ser o autor dos assassinatos, mas nega ter cometido estupro, alegando ter sido relação consensual e ter matado com um golpe chamado ‘mata-leão’ – onde a vítima é sufocada com os braços. Exame pericial ainda será realizado para constatar o ato.

Um dos corpos foi encontrado em dezembro do ano passado, em Juçatuba, São José de Ribamar, com sinais de violência. A vítima, que segundo a investigação era uma andarilha, ainda não foi identificada.
“Temos um possível familiar, que seria irmã e costumava ir ao encontro dessa vítima nas ruas, onde ela vivia. Material foi coletado e a perícia vai analisar para indicar se é a mesma pessoa”, explicou Viviane.


O corpo da segunda vítima foi encontrado no início de fevereiro deste ano, na mesma área, a 18 metros de onde estava o primeiro corpo e com os documentos ao lado, tornando possível a identificação.

“O suspeito confirmou que também a conhecia e conseguimos comprovar que ele teve acesso ao celular dela, além do fato deste corpo estar na mesma área onde foi encontrada a primeira vítima”, detalhou a delegada.

“Tudo nos leva a crer que, dado a maneira como ele agiu e o que pesa contra ele, pode haver mais vítimas. Por isso, vamos divulgar amplamente a imagem dele para que, se houver, as pessoas venham denunciar e nos ajudar a mantê-lo preso”, destacou a delegada chefe do Departamento de Feminicídio.

O suspeito é de Viana, mas morava em São Luís, na Vila Janaína e conhecia bem a área onde os corpos foram encontrados, segundo ele mesmo contou no depoimento à polícia.

A coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, Susan Lucena, que esteve presente à coletiva, pontuou que “os investimentos da gestão estadual em tecnologia, pessoal e equipamentos de perícia têm sido indispensáveis para a agilidade na solução dos casos, contribuindo para a maior segurança da mulher vítima e estimulando as denúncias”.

Peritos do Instituto de Criminalística (Icrim) também estiveram presentes à coletiva.

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