domingo, 29 de setembro de 2019

Motorista do transporte escolar da Zona Rural de São Luís provoca acidente e lesiona professores







Trauma. Essa foi a palavra que professoras mencionaram ao relatar o acidente que sofreram no último dia 19, na Zona Rural de São Luís, quando pegaram carona no micro-ônibus que faz transporte escolar dos alunos da UEB Rosa de Sarom. Na hora do ocorrido, por sorte, não havia nenhuma criança no veículo.
As professoras pegaram a condução escolar nas proximidades da Vila Vitória, ao retornar da escola que lecionam. As docentes aceitaram a carona porque perderam o transporte coletivo, que passou antes do horário do término das aulas. Preocupadas e cientes da dificuldade de transporte coletivo na região entraram no micro-ônibus.
As vítimas relatam que o motorista, não identificado, trafegava em alta velocidade pelas vias esburacadas, no momento do acidente, e ignorava todas as advertências dadas pelas professoras para que fosse mais prudente na direção. Próximo ao Sítio Leal, o condutor não reduziu a velocidade e passou “com tudo” por um buraco. Com o forte impacto, alguns ocupantes, do veículo bateram a cabeça no teto e nos assentos dos bancos.
Uma das professoras quebrou vários dentes e vai ter que fazer uma cirurgia. A vítima relata que formou um coágulo de sangue no lábio inferior, sem contar com as fortes dores na face e na região do pescoço que ainda sente. Ainda não dá para saber a extensão das lesões que sofreu por conta do inchaço.
“Estou muito abalada com o que aconteceu. O motorista sequer parou o veículo. Não se preocupou em saber como estávamos. E isso é o que mais nos entristece. Ele foi imprudente. Imagina se as crianças estivessem no veículo. A tragédia poderia ter sido pior ainda”, alertou.

Outra professora bateu com muita força a cabeça no banco da frente e, com a pancada, um dente cortou o lábio inferior, o que a fez perder muito sangue também. “Senti que voei. Quando baixei a cabeça para pegar meus óculos que ficaram amassados vi muito sangue, fiquei desesperada. Pensei que fosse morrer. O motorista não parou por nenhum momento. Não quis nem nos levar ao hospital, mesmo com o nosso pedido”, informou.
“O sentimento que tenho, em relação à educação, é que estamos nas mãos de loucos. Como podem delegar uma função tão importante de transportar crianças a uma pessoa irresponsável? Quantos acidentes acontecem e não são relatados? ”, questionou.
Outra professora informou que o motorista tentou se inocentar diante da imprudência e chegou a ser irônico dizendo que não tinha culpa dos buracos nas vias. A docente também está sentindo fortes dores na coluna e ainda teve um prejuízo com o celular, que acabou quebrando quando caiu ao chão. “ Foi horrível. Espero que seja tomada as devidas providências. Imagina se fossem as crianças que estivessem lá? Ele foi imprudente, não teve cuidado, não nos deu assistência”, frisou.
A Semed já tem ciência do fato e a Direção do Sindeducação espera que o condutor do veículo seja afastado imediatamente do cargo, a fim de preservar a vida das crianças que diariamente fazem o trajeto de casa para a escola; e que também tenha uma fiscalização mais rígida no transporte escolar, para que novos episódios como esse não aconteçam e tragédias piores sejam evitadas.
Legislação- Já existe um Projeto de Lei (PL1669/19) tramitando no Senado Federal, que autoriza os professores a usar assentos vagos em transporte escolar público. O texto já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados em 2011 (PL 3706/08), mas foi arquivado pelo Senado à época. No entanto, o projeto foi reapresentação, em julho deste ano, pelo senador Carlos Viana (PSD-MG).
Imprensa Sindeducação

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