segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Acusado de feminicídio será julgado em Campestre do Maranhão

 


A juíza Alessandra Lima, titular da 2ª Vara da Comarca de Porto Franco, preside nesta terça-feira (21) uma sessão do Tribunal do Júri. O caso trata-se de feminicídio consumado, que tem como denunciado Antônio Raimundo Cardoso Lima. Ele será julgado pelo assassinato de Antônia Francisca de Oliveira, sua ex-companheira. A sessão de julgamento será realizada na Câmara de Vereadores de Campestre do Maranhão, termo judiciário de Porto Franco.

A denúncia do caso destacou que o crime ocorreu em julho do ano passado, na casa da vítima, que fica no centro de Campestre do Maranhão. Conforme apurado, no 21 de junho, cinco dias antes do assassinato, a vítima compareceu na sede da Delegacia de Polícia de Porto Franco, narrando ter sido vítima de agressões físicas e ameaças praticadas pelo ex-companheiro, com quem teria convivido por cinco anos, estando separada há dois meses.

Na ocasião, a vítima narrou ter chegado ao seu conhecimento algumas ameaças proferidas pelo denunciado, ordenando que a vítima o desbloqueasse do aplicativo de mensagens. A vítima esclareceu ter bloqueado o denunciado com o objetivo de livrar-se das perseguições sofridas, visto que o agressor não aceitava o fim do relacionamento. A mulher esclareceu, ainda, que quando se arrumava em sua residência a fim de comparecer na Delegacia, o denunciado apareceu no local dizendo para que ela pensasse duas vezes antes de denunciá-lo. 

Por fim, a vítima narrou já ter sido agredida diversas vezes pelo denunciado, detalhando eventos com o uso de pedras, agressões com ferro, fratura da clavícula e, por fim, teria sido lesionada no pé com uma cerâmica, fato pelo qual ficou três meses sem andar. Diante das narrativas, a Polícia Civil representou judicialmente pela aplicação de medidas protetivas em benefício da vítima, ordenando que o denunciado não se aproximasse da ofendida ou mantivesse qualquer contato com ela.

TESTEMUNHAS NA FRENTE DA CASA

De acordo com depoimento de testemunha, que passava na frente da residência da vítima, quando visualizou o denunciado chegando na condução de uma motocicleta, cor vermelha, trazendo consigo uma mochila nas costas. Por já ter conhecimento da postura do denunciado em não aceitar o fim do relacionamento, inclusive ciente das ameaças sofridas pela vítima, a testemunha resolveu permanecer em frente à residência, tendo iniciado uma conversa com outra pessoa.

A testemunha declarou que, passados cerca de cinco minutos da chegada do denunciado à casa da ex-companheira, escutou gritos da vítima e disparos de arma de fogo. A outra pessoa também declarou ter escutado os tiros, tendo saído para buscar ajuda. Ao retornar, o denunciado não estava mais no local. Por fim, afirmou ter entrado na casa, encontrando a vítima caída, de bruços, sem roupa. O denunciado foi preso, alguns dias depois, na cidade de Ribamar Fiquene. Ele ficou calado durante o interrogatório. Diversas testemunhas confirmaram o histórico de perseguição já relatado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário