quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Reeleito líder, André Fufuca conduzirá as conversas que definirão a relação do PP com o Governo Lula


A nova bancada federal do Maranhão vai chegar no dia 1º de fevereiro com peso político excepcional, tendo o senador Flávio Dino (PSB) no comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e o deputado federal Juscelino Filho (UB) à frente do Ministério das Comunicações, e ainda com a possibilidade de a senadora Eliziane Gama se eleger vice-presidente do Senado da República. Está mais que claro o tamanho do desafio do senador Flávio Dino nas rédeas da pasta que lhe foi entregue pelo presidente Lula da Silva (PT), com o diferencial que ele sabe perfeitamente o que deve fazer, e também o do deputado Juscelino Filho na complexa e importante pasta das Comunicações.  Outro integrante da bancada, o deputado federal André Fufuca, recebeu uma missão igualmente desafiadora: conduzir as conversas que poderão resultar nas bases da relação do seu partido, o PP, legenda que tem como estrela maior o atual presidente da Câmara Federal deputado Arthur Lyra (PP-AL), e como presidente o ex-chefe da Casa Civil do Governo Jair Bolsonaro (PL) e presidente da agremiação, senador Ciro Nogueira (PP-PI).

O histórico das articulações para a definição dos rumos ensina que negociações desse nível são, via de regra, feitas por medalhões partidários, com anos e anos de estrada. Ao ser escolhido pelo partido para conduzir as conversas, o deputado André Fufuca consolidou sua posição de líder do partido na Câmara Federal. Para tanto, ele foi reeleito para o posto com 42 votos contra apenas cinco, o que lhe deu a estatura política necessária para se impor definitivamente como um dos caciques do PP, dividindo a távola partidária com o deputado Arthur Lyra, o senador Ciro Nogueira e outros caciques pepistas.

A escolha de André Fufuca para liderar o partido na Câmara Federal e conduzir as conversas com o Governo Lula da Silva não se deu por acaso. Na escala hierárquica do partido, esse processo seria coordenado pelo presidente da legenda, senador piauiense Ciro Nogueira, mas o fato de ele ter sido chefe da Casa Civil do Governo de Jair Bolsonaro o impede de assumir a condição de negociador com o novo Governo, até por razões de natureza ética. O outro cacique do PP, deputado Arthur Lyra, que preside a Câmara Baixa e corre atrás da reeleição, não se encaixa nessa tarefa. A escolha recaiu sobre o jovem deputado maranhense, que já tem tutano político suficiente para se movimentar nesse complexo e escorregadio tabuleiro.

Com apenas 33 anos, com um mandato de deputado estadual e eleito para o terceiro mandato de deputado federal, André Fufuca já se movimenta como um político veterano. Ele já foi vice-presidente e presidente interino da Câmara Federal, foi vice-presidente e presidente do PP por quase um ano, e agora foi eleito para o segundo mandato de líder do partido na Casa. Além do posto de líder da bancada pepista na Câmara Federal, o comando partidário entregou-lhe a missão de conduzir as conversas com o Palácio do Planalto e cujos resultados nortearão a posição do PP e até mesmo a do Centrão como um todo em relação ao Governo do PT.

Não serão, evidentemente, conversas fáceis, a começar pela enorme distância política e programática que separa o PP do PT. Mas todos os indícios mostram que há canais abertos para o diálogo, pois tanto o presidente Lula da Silva quanto a cúpula e a bancada do PP trabalham com o mesmo objetivo, que é o de encontrar uma via de convivência produtiva. Um dos sinais mais fortes foi a decisão do PT de apoiar a candidatura de Arthur Lyra à reeleição. Fruto do aval do PP à PEC da Transição, o apoio do PT ao deputado Arthur Lyra é uma situação isolada. A posição dos 47 deputados do PP em relação ao Governo do PT é uma pauta nova e decisiva, que interessa ao partido e ao Palácio do Planalto. Encontrar os caminhos que levem a um entendimento é o desafio do deputado André Fufuca como condutor das negociações.

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