O mais recente levantamento do Instituto Ipec Inteligência sobre o mercado ilegal de cigarros aponta que, em 2022, a ilegalidade respondeu por 41% de todos os cigarros consumidos no Brasil -- sendo que 33% foram contrabandeados, principalmente do Paraguai e 8% produzidos no Brasil, principalmente por fabricantes conhecidas como devedoras contumazes, que fazem do não pagamento de impostos o seu negócio. A pesquisa Ipec (antigo Ibope) é divulgada todos os anos pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).
Evasão fiscal e arrecadação oficial O montante do prejuízo causado pelo mercado ilegal impressiona. Foram R$ 8.3 bilhões de evasão fiscal, somente em 2022, já que o mercado ilegal não arca com nenhuma carga de impostos. Ao todo, nos últimos 11 anos, mais de R$ 94 bilhões deixaram de ser arrecadados no Brasil em decorrência da ilegalidade.
Um efeito direto da pandemia de Covid, que teve início em 2020, somado à alta do dólar nos últimos três anos, gerou um acréscimo no preço do cigarro ilegal no país. Com isso, a diferença de preços entre o cigarro ilegal e o legal, que já foi de 118% em 2019, atualmente está em 50%. E essa diferença é um dos principais elementos que determinam o tamanho do mercado ilegal no país.
Cigarro ilegal: o campeão de apreensões Segundo relatório divulgado pela Receita Federal, em 2022, o cigarro ilegal se manteve em primeiro lugar no ranking total de apreensões do Brasil, acima até de eletroeletrônicos. Foram 3.2 bilhões de cigarros ilegais apreendidos no período de janeiro a dezembro de 2022, em todo o país.
Para o presidente do FNCP, é importante que todos os brasileiros tenham a exata dimensão de como esses problemas afetam toda a sociedade, seja na segurança dos cidadãos, na evasão fiscal, na concorrência legal, causando redução de investimentos, gerando menos empregos e também para os consumidores, que consomem produtos sem qualidade.
Sobre a pesquisa Ipec
Realizada desde 2014, a pesquisa Ipec (antigo Ibope) tem abrangência nacional e nesta edição foi a campo de setembro de 2022 a janeiro de 2023. Foram realizadas entrevistas presenciais com 9.020 mil fumantes com idades de 18 a 64 anos, residentes em municípios com 20 mil habitantes ou mais.
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