quinta-feira, 30 de março de 2017

Jurados condenam acusado de matar homossexual


O 3º Tribunal do Júri de São Luís condenou inicialmente, nesta quarta-feira (29), Davi Gomes Sena a 7 anos e 9 meses de reclusão, pelo assassinato de Daniel da Conceição, conhecido como Sabrina Drummond, que era integrante da Associação dos Travestis e Transexuais do Maranhão. O Conselho de Sentença reconheceu a diminuição da pena em 1/3 em virtude de pertubação mental do réu, fixando-a em 5 anos e 2 meses. O acusado vai cumprir a pena em regime fechado. O crime ocorreu no dia 12 de dezembro de 2009, por volta das 21h, em um terreno baldio da Avenida Guajajaras, no bairro São Cristóvão. O réu, que já foi condenado por outro crime, cumpre pena na Penitenciária de Pedrinhas.

O julgamento de Davi Gomes Sena, 34 anos, foi presidido pelo juiz Flávio Roberto Ribeiro Soares, que responde pela 3ª Vara Tribunal do Júri. Atuaram na acusação o promotor de Justiça Carlos Henrique Rodrigues Vieira e o assistente Tiago Gomes Viana. A defesa do acusado ficou com o defensor público Bernardo Laurindo Santos Filho. Foram ouvidas durante a sessão do júri duas testemunhas arroladas pela defesa e duas pela acusação.

Conforme a denúncia do Ministério Público, a vítima encontrava-se com um conhecido de nome "Rávilla", próximo a uma loja de motos, onde permaneceu até que o conhecido saísse com um "cliente" dos serviços sexuais que prestava. Rávilla notou a presença de um homem no local, que agia como se estivesse esperando alguém. Ao afastar-se, percebeu que a vítima se dirigia para onde o homem estava, observando que Sabrina Drummond fazia gestos com a mão para ele, como se não quisesse sair, enquanto ele fazia gestos em contrário, como se quisesse levar a vítima para outro local.

Quando retornou, Rávilla observou o mesmo homem atravessando a avenida, correndo, nu da cintura para cima e, por isso, deixando suas tatuagens à mostra, com a camisa enrolada nas mãos e usando boné. Logo foi informado de que haviam assassinado um de seus amigos na rua próxima, onde estivera com a vítima, dirigindo-se ao local do crime e constatando que Sabrina estava morta. Quando a autoridade policial lhes apresentou algumas fotos, Rávilla, considerando o rosto e as tatuagens que verificara, reconheceu que uma delas era do indivíduo que estivera com a vítima momentos antes do assassinato.

Davi Gomes Sena apesar de devidamente intimado, se recusou a comparecer à audiência de instrução e julgamento do processo e, por isso, não foi interrogado em juízo.
Durante o interrogatório na sessão do júri desta quarta-feira (29), o réu negou ser o autor do assassinato, disse não se lembrar onde estava naquela noite, mas confessou ter praticado outros crimes, inclusive o de esfaquear um homossexual na altura do pescoço, fato ocorrido próximo a um motel nas imediações da Avenida Guajajaras.

As testemunhas ouvidas durante o julgamento afirmaram que a vítima não era profissional do sexo e que frequentava a Avenida Guajajaras e áreas adjacentes para distribuir preservativos aos travestis e transexuais que atuavam naquela área. Quando foi assassinada Sabrina Drummond tinha 40 anos.

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