O 3º Tribunal do Júri de São Luís condenou
inicialmente, nesta quarta-feira (29), Davi Gomes Sena a 7 anos e 9
meses de reclusão, pelo assassinato de Daniel da Conceição, conhecido
como Sabrina Drummond, que era integrante da Associação dos Travestis e
Transexuais do Maranhão. O Conselho de Sentença reconheceu a diminuição
da pena em 1/3 em virtude de pertubação mental do réu, fixando-a em 5
anos e 2 meses. O acusado vai cumprir a pena em regime fechado. O crime
ocorreu no dia 12 de dezembro de 2009, por volta das 21h, em um terreno
baldio da Avenida Guajajaras, no bairro São Cristóvão. O réu, que já foi
condenado por outro crime, cumpre pena na Penitenciária de Pedrinhas.
O julgamento de Davi Gomes Sena, 34 anos,
foi presidido pelo juiz Flávio Roberto Ribeiro Soares, que responde pela
3ª Vara Tribunal do Júri. Atuaram na acusação o promotor de Justiça
Carlos Henrique Rodrigues Vieira e o assistente Tiago Gomes Viana. A
defesa do acusado ficou com o defensor público Bernardo Laurindo Santos
Filho. Foram ouvidas durante a sessão do júri duas testemunhas arroladas
pela defesa e duas pela acusação.
Conforme a denúncia do Ministério Público,
a vítima encontrava-se com um conhecido de nome "Rávilla", próximo a
uma loja de motos, onde permaneceu até que o conhecido saísse com um
"cliente" dos serviços sexuais que prestava. Rávilla notou a presença de
um homem no local, que agia como se estivesse esperando alguém. Ao
afastar-se, percebeu que a vítima se dirigia para onde o homem estava,
observando que Sabrina Drummond fazia gestos com a mão para ele, como se
não quisesse sair, enquanto ele fazia gestos em contrário, como se
quisesse levar a vítima para outro local.
Quando retornou, Rávilla observou o mesmo
homem atravessando a avenida, correndo, nu da cintura para cima e, por
isso, deixando suas tatuagens à mostra, com a camisa enrolada nas mãos e
usando boné. Logo foi informado de que haviam assassinado um de seus
amigos na rua próxima, onde estivera com a vítima, dirigindo-se ao local
do crime e constatando que Sabrina estava morta. Quando a autoridade
policial lhes apresentou algumas fotos, Rávilla, considerando o rosto e
as tatuagens que verificara, reconheceu que uma delas era do indivíduo
que estivera com a vítima momentos antes do assassinato.
Davi Gomes Sena apesar de devidamente
intimado, se recusou a comparecer à audiência de instrução e julgamento
do processo e, por isso, não foi interrogado em juízo.
Durante o interrogatório na sessão do júri
desta quarta-feira (29), o réu negou ser o autor do assassinato, disse
não se lembrar onde estava naquela noite, mas confessou ter praticado
outros crimes, inclusive o de esfaquear um homossexual na altura do
pescoço, fato ocorrido próximo a um motel nas imediações da Avenida
Guajajaras.
As testemunhas ouvidas durante o
julgamento afirmaram que a vítima não era profissional do sexo e que
frequentava a Avenida Guajajaras e áreas adjacentes para distribuir
preservativos aos travestis e transexuais que atuavam naquela área.
Quando foi assassinada Sabrina Drummond tinha 40 anos.
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