segunda-feira, 30 de abril de 2018

Câmara vota a favor da cultura contra os votos de Marcial Lima e Estevão Aragão

Os vereadores votaram na sessão da última quarta-feira (25) durante sessão legislativa na Câmara Municipal um projeto de lei enviado pela Prefeitura, que dispõe da criação do cargo de secretário na Secretaria Municipal de Cultura (Secult). A pasta foi criada em 23 de dezembro de 2015, quando a Fundação Municipal se transformou em secretaria, mas o cargo de titular não foi criado.

Para a criação do cargo é necessário a extinção de funções na Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc) e Secretaria Municipal de Saúde (Semus) para não comprometer o orçamento do município.

Segundo o vice-líder do governo, vereador Raimundo Penha (PDT), o prefeito Edivaldo Holanda Júnior criou o cargo de forma consciente.

“A criação não vai resolver todos os problemas, mas resolverá um, que é a falta de secretário. Reconheço que a Pasta da Cultura tem dificuldades, assim como as outras secretarias. Hoje nós estamos corrigindo um erro que há muito tempo era para ter sido corrigido”, disse o parlamentar.

O vereador Cezar Bombeiro (PSD) foi favorável a aprovação, mas se mostrou contrário ao 2ª artigo do projeto de lei, que permite a extinção de cargos em outras secretarias.

“A cultura será mais valorizada em nossa cidade a partir da oficialização da secretaria, mas não concordo com o fim de outras funções para que o cargo do secretário seja criado, porque no final das contas, trabalhadores serão prejudicados por isso”, frisou. 

Para o vereador Marcial Lima (PRTB), o projeto tem fim político e serve para beneficiar aliados. 

“Mandar engrandecer a Secretaria de Cultura em ano eleitoral é simplesmente para ganhar o voto das pessoas que fazem as manifestações culturais. Isso é politicagem! Até os arraiais e outros eventos culturais a Prefeitura passou para o Governo do Estado cuidar, porque não tem compromisso com a Cultura de nossa cidade”, enfatizou o
vereador.

O líder da oposição na Câmara Municipal, vereador Estevão Aragão (PSDB), alegou que o prefeito teve tempo para criar a pasta, mas resolveu fazer isso no ano eleitoral.

“Eu duvido que após a criação desse cargo a situação das pessoas que fazem cultura na nossa cidade vai melhorar. Isso é uma manobra do prefeito para beneficiar políticos” declarou.

De acordo com o vereador Marquinhos (DEM), São Luís é uma cidade histórica e precisa ser levada a sério pelos seus governantes. 

“Eu acredito na boa ação do prefeito Edivaldo Holanda Jr. Espero que o Governo não invente desculpas para não valorizar a cultura da cidade. Queremos que manifestações culturais sejam valorizadas em São Luís” destacou.

O vereador Sá Marques votou a favor da criação do cargo e lembrou da mãe e folclorista Lili Sá Marques. "Em respeito a cultura da cidade, as pessoas que fazem cultura e lembro aqui da minha mãe, uma representante da cultura maranhense, que respirava cultura. Agora é verificar os investimentos e o respeito a este setor na capital São Luís, berço da cultura" ressaltou.

Após discussões no plenário da Casa Legislativa, a proposta do Executivo Municipal foi aprovada com vinte e três votos a favor e dois votos contrários, dos vereadores Marcial Lima e Estevão Aragão.


Marcial Lima justificou ainda alegando que não é contra a cultura, e que inclusive, é um produtor cultural. O vereador é conhecido por promover festas de forró, o principal deles, o Tributo ao Rei do Baião. Apesar do forró pé de serra fazer parte da cultura brasileira, não é de São Luís. O ritmo é muito querido no Nordeste, inclusive em São Luís, porém não surgiu na capital maranhense, e isso foi lembrado durante o voto do vereador, pelo radialista Juarez Sousa, militante e profundo conhecedor da cultura maranhense.

Os vereadores também foram criticados pela radialista e presidente do grupo de bumba-boi da Pindoba Helena Leite. Ela utilizou o Facebook. Veja abaixo:



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