sábado, 23 de junho de 2018

Governo certifica 138 profissionais no projeto Saúde em Libras


Cento e trinta e oito profissionais de saúde de 20 unidades da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES), foram certificados no projeto Saúde em Libras (Língua Brasileira de Sinais), na quinta-feira (21), em solenidade na Casa de Apoio Ninar, Ponta do Farol. O objetivo da ação realizada pelo Governo do Maranhão foi assegurar o devido acompanhamento a pacientes com deficiência auditiva durante atendimento na rede pública de saúde, facilitando a comunicação entre paciente e profissionais de saúde.

O Projeto é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e Escola Técnica do SUS, voltada para à capacitação dos profissionais e humanização do atendimento. O objetivo é facilitar e preparar estes servidores para o fortalecimento da comunicação com a pessoa surda e seus familiares, otimizando o acesso e o atendimento.

“O curso representa muito mais que uma qualificação. Esse projeto tem um sentido humano, simbolizando o cuidado que temos com todos os pacientes e o fortalecimento da inclusão dessas pessoas na sociedade. Fomos o primeiro estado a realizar o parto humanizado com intérprete de Libras e esperamos que daqui pra frente isso seja corriqueiro. São os primeiros 138, mas esperamos que outras centenas de profissionais sejam qualificados para que o Estado tenha condição de tornar isso comum e usual no sistema de saúde do Maranhão”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.


Ao todo, 20 unidades já receberam a capacitação em Libras como é o caso do Centro de Especialidades Médicas da Cidade Operária e do Vinhais, Centro de Medicina Especializada (Cemesp), Centro de Reabilitação (CER) da Cidade Operária, Centro de Saúde Dr. Genésio Rego, CER Olho d’Água e o Complexo Hospitalar Juvêncio Matos.

Além disso, os profissionais da Maternidade Benedito Leite, Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão, Maternidade Nossa Senhora da Penha, Hemomar, Hospital Geral da Vila Luizão, Hospital Dr. Carlos Macieira, Hospital de Câncer do Maranhão, Hospital Presidente Vargas, Unidade Mista do Maiobão e as Unidades de Pronto Atendimento do Araçagi, Cidade Operária e Itaqui Bacanga, também participaram da capacitação iniciada em fevereiro deste ano.

Inicialmente, o projeto começou pelas maternidades, mas se estenderá como formação para outros profissionais de saúde das unidades estaduais, sejam elas de urgência e emergência, alta complexidade ou saúde mental, dentre outros, porém, respeitando a singularidade da oferta de cada serviço.

De acordo com Nelbe Maria de Amorim, técnica da Comissão de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência da SES, a realização do curso ampliou o acesso ao sistema público de saúde. “Ter profissionais capacitados na Língua Brasileira de Sinais representa um avanço na qualificação da assistência a este público no atendimento da rede SUS”, disse.

A capacitação foi focada no entendimento dos sinais básicos e teve duração de 40 horas. Para Nelbe Amorim o aprendizado dos profissionais funciona como uma forma de inclusão do paciente surdo. “A falta do profissional com conhecimento em língua de sinais faz com que esse público deixe de procurar uma unidade de saúde. Com a capacitação dos que atuam diretamente no atendimento, esperamos integrar essas pessoas na rotina dos hospitais”, completou.


Para o professor de libras, Thiago Muniz, o curso foi um ato de reconhecimento à cidadania da pessoa surda, por meio da humanização do atendimento aos usuários do sistema de saúde do Maranhão. “Estou muito feliz, porque a honra de ensinar e a vontade dos alunos aprenderem foi muito grande. Eu pude observar que durante todo esse tempo eles aprenderam muito e nos deixa muito feliz, porque teve uma interação e uma troca de conhecimento com os alunos. O principal é esse desejo de aprender para levar para as unidades de saúde essa comunicação e uma interação e isso me deixa muito feliz”, destacou Thiago Muniz.

Um dos beneficiados pela capacitação, o técnico em segurança do trabalho, Tiago Sousa Algarves, servidor do Centro de Medicina Especializada (Cemesp) do Bairro de Fátima, falou sobre a importância de ter participado do curso e de como isso vai impactar sua rotina de trabalho.

“O curso de Libras representou muito para mim, porque era uma necessidade que eu tinha: aprender a língua brasileira de sinais. Quando houve a oportunidade de aprendermos Libras me engajei nesse projeto e pude aprender o básico para usar no meu ambiente de trabalho, onde recebemos constantemente pacientes surdos. Essa capacitação abre um novo leque de oportunidades para a gente e para a inclusão desses pacientes. Gostei muito da experiência e acho muito importante”, disse Tiago Algarves.

Dayana Dourado, diretora da Escola Técnica do SUS, pontuou que o Projeto tem garantido que mulheres surdas tenham o acompanhamento profissional que se expresse em Libras nas unidades públicas de São Luís. “O surdo precisa se comunicar com a equipe de saúde, quando ele busca atendimento. Então, buscamos capacitar os profissionais das unidades, sensibiliza-los sobre essa temática e o curso proporciona a primeira aproximação com a Libras. O objetivo maior desse curso é fazer com que estes profissionais se sintam capazes e compreendam a temática”, Dayana Dourado, Diretora da Escola Técnica do SUS, afirmou.


Saúde em Libras
O Projeto Saúde em Libras, ação integrada da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e Escola Técnica do SUS, tem garantido que um dos princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS), a universalidade, se fortaleça no Maranhão.

Para melhorar o atendimento aos pacientes com deficiência auditiva, a Secretaria de Estado da Saúde iniciou o projeto no dia 6 de fevereiro com o objetivo de realizar a capacitação para funcionários no Curso de Libras. A Língua Brasileira de Sinais é usada pela comunidade de surdos no Brasil e já foi reconhecida por lei como uma língua oficial, assim como a língua falada.

“É importante que esses profissionais tenham feito essa formação, porque o surdo precisa dessa comunicação que é muito importante dentro das unidades de saúde do Estado e também do município” destacou a presidente da Associação dos Surdos do Maranhão (Asma), Lídia Arouche.

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