O senador Weverton (PDT-MA) demonstrou preocupação
com os aspectos da reforma da Previdência que tratam das regras de
aposentadoria para mulheres e trabalhadores rurais, além do valor
previsto para o pagamento do benefício da prestação continuada. “É
preciso dialogar desarmado”, afirmou, “mas alguns trechos são piores que
a reforma enviada por Temer”.
Weverton destacou como inaceitável a proposta de
aumentar para 70 anos a idade em que os idosos muito pobres recebem um
salário mínimo no Benefício da Prestação Continuada e de pagar apenas
400 reais no BPC entre os 60 e os 70 anos. E afirmou que o regime de
capitalização é ruim para os idosos pobres. “Estamos decretando, de
forma oficial, que a maioria da população idosa do nosso país será
miserável”, afirmou.
O senador também criticou o tempo de contribuição de
40 anos para atingir a aposentadoria integral e afirmou que as mulheres
serão as grandes prejudicadas, porque mesmo com a idade mínima exigida
para aposentadoria menor, elas terão que contribuir pelo mesmo tempo que
os homens. “Isso é o mesmo que colocar idade mínima igual para homens e
mulheres, o que não é justo”, comentou.
Reunião técnica
Na segunda-feira (25), Weverton se reuniu com sua
equipe técnica para avaliar a proposta da reforma da Previdência enviada
pelo presidente Bolsonaro ao Congresso Nacional. Ele afirmou que
aguardará para ver qual texto será enviado da Câmara para o Senado, mas
já estuda apresentar emendas para reduzir o tempo de contribuição e
estabelecer regra de transição para mulheres, voltar o pagamento do BPC
para as atuais condições e retirar a obrigatoriedade de contribuição
anual de 600 reais para os trabalhadores da agricultura familiar.
“Nós, que somos da oposição, queremos ouvir o
ministro da Fazenda, Paulo Guedes, e o secretário geral da Previdência,
Rogério Marinho, e saber deles como vão construir os ajustes dessa
reforma”, explicou. “Mas não aceitaremos que os trabalhadores lá da
ponta paguem a conta sozinhos.
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