sábado, 27 de abril de 2019

FÓRUM FUNDIÁRIO: Judiciário e Executivo discutem questões fundiárias na região Matopiba


Acontece desde a noite desta quinta-feira (25), a 2ª Reunião do Fórum Fundiário dos Corregedores Gerais da Justiça do Matopiba – estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, que reúne representantes do Judiciário e do Executivo dos quatro estados em torno de discussões envolvendo a matéria fundiária e agrária. A solenidade de abertura aconteceu na Sala das Sessões Plenárias do Tribunal de Justiça da Bahia, capital Salvador, com a presença do corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins; dos corregedores gerais do Maranhão, desembargador Marcelo Carvalho Silva; da capital e do interior da Bahia, desembargadores Lisbete Cézar Santos e Emílio Salomão Resedá; do Piauí, desembargador Hilo de Almeida Sousa; e do Tocantis, desembargador João Rigo Guimarães, além do presidente do TJBA, desembargador Gesivaldo Britto. Também participam do evento o vice-governador do estado do Maranhão, Carlos Brandão, o secretário estadual de Cidades, deputado federal Rubens Pereira Júnior, e representantes do Poder Executivo dos outros estados da região.

O evento encerra esta sexta-feira (26), com uma programação que inclui a apresentação da situação fundiária dos quatro estados e falas de representantes do Instituto de Terras do Maranhão (ITERMA), Ministério Público Federal, INCRA, FAO/ONU, entre outros, objetivando promover a troca de experiências sobre a atuação do Judiciário e Executivo junto à questão fundiária e fomentando o diálogo com a sociedade civil organizada.

O presidente do TJBA, desembargador Gesivaldo Brito, ressaltou a iniciativa das corregedorias dos estados do Maranhão, Tocantis, Piauí e Bahia com a criação do Fórum Fundiário, que demonstra o comprometimento do Poder Judiciário com a regularização fundiária e com a busca de propostas de melhoria no panorama de conflitos. “Em regime de colaboração alargamos o debate com vistas ao enfrentamento de problemas como grilagem e ocupação desordenada, abordando politicas específicas de acesso à terra e segurança jurídica”, observou.

O corregedor das comarcas do interior do estado da Bahia, Emílio Salomão Resedá, frisou a iniciativa da criação do Fórum, por parte do desembargador Ricardo Gentil, então corregedor do estado do Piauí, buscando enfrentar os conflitos na área conhecida por MATOPIBA, que envolve mais de 300 municípios dos quatro estados, uma população de aproximadamente 6 milhões de habitantes e uma produção de 20 milhões de toneladas. “Mas é uma área que lamentavelmente vivencia genocídios e conflitos de terras que já chegam a quase mil casos estabelecidos”, observou.

A desembargadora Lisbete Cézar Santos também ressaltou que a reunião busca discutir soluções e viabilizar políticas públicas para diminuir os conflitos, fortalecer a economia e articular uma parceria entre o Judiciário, Executivo, notários e registradores, de forma a ampliar a comunicação e concretizar medidas efetivas para regularização fundiária urbana e rural, que reflete em benefícios a toda a sociedade. “Acreditamos que esse é um dia marcante para o Judiciário da Bahia e dos demais estados, pois temos problemas semelhantes em toda a região Matopiba, que representa uma grande fronteira agrícola na atualidade, de grande relevância econômica e com questões fundiárias, a convivência do agronegocio, terras devolutas, unidades de conservação ambiental, assentamentos de reforma agrária, terras indígenas e quilombolas nem sempre pacíficas, sendo fundamentais discussões como esta para o desenvolvimento da região”, avaliou.

O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, apresentou a palestra de abertura, na qual ressaltou o papel do Poder Judiciário na preservação do meio ambiente e dos recursos naturais e parabenizou os corregedores pioneiros na criação do Fórum Fundiário. “É uma iniciativa que enfrenta principalmente os problemas de grilagem e ocupação desordenada do território rural e urbano, na defesa da dignidade patrimonial”, avaliou.

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