terça-feira, 28 de abril de 2020

Governo cria Força-Tarefa Discente para desafogar UPAs da capital







Para realizar acolhimento, aconselhamento, além de auxiliar na estratificação de risco de pacientes com síndromes gripais agudas, e dessa forma desafogar as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de São Luís, o Governo do Estado, em parceria com faculdades públicas e privadas, deu início a Força-Tarefa Discente. Alunos dos dois últimos anos de medicina e do último ano de enfermagem terão a oportunidade de fazer um estágio curricular de 20h semanais. A primeira UPA a receber a força-tarefa foi a do Araçagy, cujas atividades inciaram nesta segunda-feira (27).

Seu Raimundo Nonato Soares, de 70 anos, foi um dos pacientes atendidos e elogiou bastante. “Foi tudo maravilhoso. O atendimento foi rápido e muito bom. Recebi minha receita médica e estou bastante satisfeito”, relatou o autônomo. 

Quem também passou pela tenda foi o motorista de ônibus, Adilson Medes.  “Estou com uma gripe leve mas como tive bronquite há um tempo, tenho uma filha de mês e além disso, trabalho em contato direto com as pessoas, vim aqui pra verificar meu real estado de saúde. O médico me deu atestado pra me recuperar em casa. Gostei muito dessa iniciativa e do atendimento”, disse.

O secretário de Estado de Políticas Públicas, Marcos Pacheco, esclarece que as pessoas podem ficar tranquilas em relação aos atendimentos nas tendas, pois todos os alunos tiveram orientação quanto as atividades a serem desenvolvidas, além disso, eles sempre serão acompanhados por um profissional experiente. “Médicos e enfermeiros da Força Estadual de Saúde do Maranhão (Fesma) atuam como tutores dos alunos, mas é bom destacar que esses discentes dos últimos anos de medicina e enfermagem têm plena capacidade de fazer esse acolhimento, estratificação de risco e aconselhamento com qualidade. Com certeza todos só tem a ganhar: as pessoas que terão atendimento mais rápido; os profissionais que atuam dentro das UPAS, pois já receberão apenas os pacientes de moderados a graves; e os discentes, por que têm a oportunidade de enriquecer os currículos e ainda aproveitar as horas trabalhadas nas tendas no estágio curricular obrigatório”, afirmou. 


Divididos em três turnos, das 07h30 às 11h30, 11h30 às 15h30 e das 15h30 às 19h30, eles ficam em tendas na entrada da unidade de saúde. Com auxílio de um questionário elaborado por técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e da Secretaria de Estado de Articulação das Políticas Públicas (Seepp), os discentes fazem a triagem e encaminham para atendimento dentro das UPAS, apenas os casos moderados e graves, que são aqueles cujos pacientes apresentem algum sinal de alarme, saturação baixa de oxigenação no sangue ou comorbidade descompensada. Os casos considerados leves são referenciados para a Atenção Primária com cartão de acompanhamento. A expectativa é de que ainda esta semana comece a funcionar um Call Center, para onde o paciente poderá ligar para obter orientação adicional caso alguns dos sintomas se agrave.

Mayara Serejo, aluna do quinto ano de medicina da Universidade Ceuma, participa da Força-Tarefa Discente. Ela destaca que apesar do receio, se sente bastante motivada a participar de ações como esta. “A gente sabe que isso vai ser importante e enriquece bastante a nossa formação. Não será fácil lidar com tanta coisa nova, tanta coisa diferente mas tenho plena convicção de que minha formação terá um diferencial por fazer parte desse projeto. A gente mal começou e já é perceptível a diferença que isso faz, pois os pacientes são orientados com muito mais cuidado, já que os profissionais que estão dentro das UPAs estão extremamente sobrecarregados e infelizmente não têm tanto tempo de fazer essa escuta qualificada. A nossa missão é oferecer um atendimento de qualidade e ajudar a desafogar as unidades de saúde”, destacou a estudante. 

Call Center
Para auxiliar no monitoramento dos pacientes considerados leves que tenham sido atendidos nas tendas, será montado um Call Center que contará com outro grupo de alunos formandos aptos a tirarem as dúvidas e orientarem os pacientes caso tenham alguma mudança no quadro. Se for observado algum sinal de alarme ele é orientado a retornar à UPA. Esses alunos também serão acompanhados por tutores.Todos os alunos usam Equipamentos de Proteção Individual (EPI), disponibilizados pelas instituições de ensino e também pelas unidades de saúde. 

Sinais de alarme
Febre persistente, tosse intensa, dificuldade de respirar, baixa saturação de oxigênio no sangue ou qualquer sinal de descompensação de doença crônica, sobretudo, hipertensão arterial, diabetes, doenças pulmonares, etc.

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