quinta-feira, 28 de maio de 2020

Operação contra bolsonaristas por fake news foi pedida pela PF


A crítica da família Bolsonaro e do presidente, após o cumprimento dos 29 mandados de busca e apreensão no âmbito do inquérito das fake news, tem sido focada no Supremo Tribunal Federal (STF) e no ministro Alexandre de Moraes. Contudo, o pedido para que fosse deflagrada a operação desta quarta-feira, 27, — e mesmo a solicitação para que os envolvidos sejam ouvidos na investigação — teve por base uma solicitação da Polícia Federal.

Diz o relatório da PF reproduzido na decisão de Moraes:“(…) para a completa confirmação da autoria e materialidade do fato ora analisado seriam necessárias medidas de polícia judiciária, tais como apreensão dos equipamentos de informática (hardwares) e a realização de perícia nos mesmos e oitiva dos envolvidos.”

A Polícia Federal está no centro de outro inquérito aberto no STF após o ex-juiz Sergio Moro deixar o Ministério da Justiça acusando o presidente de tentar interferir no órgão. Em reunião ministerial do dia 22 de abril, que segundo Moro evidenciaria a suposta tentativa de Bolsonaro de controlar a PF, o presidente disse: “Eu não vou esperar f* a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira.”
Nesta quinta-feira, 28, ao sair do Palácio do Alvorada, Bolsonaro afirmou que “não teremos outro dia igual a ontem”. “Acabou, p*!”, disse aos berros o presidente. “Não teremos outro dia como ontem, chega.” A PF cumpriu mandados de busca e apreensão no inquérito das fake news que apura ofensas, ataques e ameaças contra ministros do Supremo. Entre os alvos estavam políticos, empresários e ativistas bolsonaristas. Era justamente a preocupação que Bolsonaro demonstrara na reunião.
Ainda na noite desta quarta-feira, o deputado Eduardo Bolsonaro afirmou em uma live com um dos alvos da Polícia Federal que não se trata mais de se, mas quando vai ocorrer um conflito ainda maior com o STF e de caos. “Até entendo quem tem uma postura moderada para não chegar num momento de ruptura, de cisão ainda maior, de conflito ainda maior. Eu entendo essas pessoas que querem evitar esse momento de caos, mas falando abertamente, opinião de Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opinião de se, mas de quando isso vai ocorrer”, afirmou.
FONTE: Veja

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