terça-feira, 26 de outubro de 2021

Lira: Bolsonaro vai “pagar” caso fala sobre aids não tenha base científica



O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) respondeu nesta 2ª feira à declaração do presidente da República, Jair Bolsonaro, que associa as vacinas contra a covid-19 à aids.

Se não tiver nenhuma base científica para isso, ele vai pagar pela declaração”, disse Lira, durante um seminário sobre o agronegócio em São Paulo.

Bolsonaro compartilhou a informação falsa durante live na última 5ª feira (21.out.2021). “Outra coisa grave aqui: só vou dar notícia, não vou comentar: ‘Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo a síndrome imunodeficiência adquirida muito mais rápido que o previsto’. Recomendo que leiam a matéria. Talvez eu tenha sido o único chefe de Estado do mundo que teve a coragem de colocar a cara a tapa nessa questão”, disse.

Depois de divulgar a informação falsa, ele chegou a dizer que não leria a matéria porque poderia ter “problemas” com a live. O YouTube e o Facebook removeram o vídeo por violar as diretrizes de desinformação sobre a covid-19.

Nesta 2ª feira (25.out), Bolsonaro responsabilizou a revista Exame pela informação falsa de que a vacina contra a covid-19 teria alguma relação com a aids.

Foi a própria Exame que falou da relação de HIV com vacina. Eu apenas falei sobre a matéria da Revista Exame. E 2 dias depois a Exame me acusa de ter feito fake news sobre HIV e vacina. A gente vive com isso o tempo todo. Se for pegar certos órgãos de impressa, são fábricas de fake news”, disse o chefe do Executivo nesta manhã em entrevista à rádio Caçula FM, do Mato Grosso do Sul.

A matéria original sobre o assunto foi publicada em 20 de outubro de 2020 pela Exame. O texto foi atualizado nesta 2ª feira (25.out) para incluir no título que se trata de uma matéria de 2020, quando as vacinas ainda estavam em fase de testes.

OMS (Organização Mundial da Saúde) já negou a relação da vacina com a transmissão do vírus da aids e reforçou a necessidade dos portadores da doença se vacinarem contra a covid-19.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou um requerimento para que a CPI da Covid encaminhe o caso ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito das fake news.

O congressista afirma que “a democracia brasileira precisa urgentemente aprender a lidar com um PR [presidente da República] que comete crimes em série”.

Deputados do Psol e do PDT também pediram nesta 2ª para que o STF autorize uma investigação da declaração que associou as vacinas à possibilidade de desenvolver a aids.

Na notícia-crime, os congressistas afirmam que a fala de Bolsonaro “induz a população a não se vacinar”, configurando infração de medida sanitária preventiva. O presidente também teria cometido o crime de colocar a saúde de terceiros em risco.


FONTE: Poder 360

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