quarta-feira, 30 de março de 2022

Desfiliação do prefeito Eduardo Braide repercute na Câmara

 


A desfiliação do prefeito Eduardo Braide do Podemos, anunciada na última segunda-feira (28), repercutiu na Tribuna da Câmara nesta terça-feira. Além da mudança, o co-vereador Jhonatan Soares, do Coletivo Nós (PT), e o vereador Raimundo Penha (PDT) também repercutiram a greve geral na Grande São Luís. 

O co-vereador do Coletivo Nós (PT) teceu comentários acerca da nota expedida pelo prefeito Eduardo Braide para comunicar à população de São Luís a desfiliação dele do partido Podemos. “Eu gostaria de fazer brevemente uma alusão ao número 19, do partido Podemos, e lembrar 19 motivos para o prefeito respeitar a população ludovicense”, disse Jhonatan Soares

Logo após, o co-vereador prosseguiu à leitura e explanação da lista. Entre os temas abordados em seu discurso incluem-se: transporte público (greve dos rodoviários e interdição do Terminal de Integração da Cohama); educação (infraestrutura das escolas do município, falta de diálogo com as escolas comunitárias, falta de vagas nas escolas municipais do Ensino Fundamental, a ameaça de greve dos professores do Município e falta de transporte escolar na zona rural); saúde (hospitais municipais lotados, salários baixos e atrasados dos trabalhadores do serviço prestado dos hospitais do Município); infraestrutura (paralisação das obras no Anel Viário, atualização do Plano Diretor da Cidade, zonas com risco de desabamento) e falta de diálogo com lideranças sindicais.

“Estes 19 problemas que eu citei são todos muito mais importantes que a saída do prefeito Eduardo Braide do partido Podemos. E ele vem dizer que respeita a população e que, por isso, ele está saindo do partido. Agora eu pergunto: o trabalhador ludovicense que não foi trabalhar hoje porque não tem ônibus quer saber se o prefeito mudou de partido? A criança que não foi para escola porque não tem professor, vaga ou transporte escolar quer saber se o prefeito mudou de partido? Essa mudança não interessa para a população”, assinalou Jhonatan Soares.


Após o discurso do co-vereador, o líder do governo municipal na Câmara de São Luís, Raimundo Penha (PDT), utilizou a tribuna para esclarecer informações prestadas pelo Coletivo Nós (PT).

No discurso o vereador Raimundo Penha informou que o prefeito de São Luís criou uma superintendência para lidar com as comunidades. “A pessoa é Aparecida. A gente pode, claro, verificar se a pessoa está fazendo um bom trabalho ou não; mas existe uma superintendência para lidar, dentre outros temas, com escolas comunitárias. Pelos relatos que tenho recebido, as informações na Secretaria têm fluído melhor, mas isso não impede de nós irmos lá verificar”, disse.

Sobre o fato de integrantes do SindEducação não terem sido recebidos pelo prefeito de São Luís, Penha disse: “Realmente o prefeito ainda não recebeu o SindEducação, mas existe uma mesa de

negociação e eu acompanhei uma dessas reuniões. Nela estavam presentes a secretária de Educação, o secretário de Administração, o secretário adjunto de Planejamento e a presidente do Ipam. Estavam presentes 4 secretários na mesa de negociação”, esclareceu.

Raimundo Penha ainda lembrou o fato de o prefeito de São Luís ter aberto a mesa de diálogo com o Sindicato dos Servidores Municipais para esclarecer que o gestor municipal dialoga com lideranças sindicais. “Ele não recebeu ainda o SindEducação, mas recebeu o Sindicato que congrega outras categorias. Claro que vou verificar com ele se está na pauta receber o Sindicato dos Professores. Eu acho um equívoco não receber, porque, inclusive, nas reuniões que eu tive com o Sindicato dos Professores eu vi na professora Sheila uma pessoa extremamente preparada para o diálogo e com boa vontade de dialogar”, assinalou.

Quanto ao Terminal de Integração da Cohama, o vereador pedetista informou que a chuva, fenômeno da natureza, causou o destelhamento. “O prefeito agiu rapidamente e conseguiu uma decisão judicial dando um prazo para a empresa realizar a recuperação. Foi montada uma estrutura provisória, porque não há espaço para montar outra estrutura. Claro que podemos ir ao local para verificar o que pode ser feito para melhorar, mas estamos em uma situação de crise causada por um fenômeno da natureza”, reiterou.

GREVE

Jhonatan Soares informou que a cidade de São Luís completou 43 dias de greve dos rodoviários com funcionamento reduzido do setor de transporte e ressaltou que o dia de hoje foi iniciado com paralisação total das atividades pela categoria. “Hoje, mais uma vez, o Sindicato dos Rodoviários do Maranhão decretou greve geral. Não tem um carro, seja bom ou mal, rodando na Cidade. A exceção é o transporte alternativo. É esta categoria que, mais uma vez, está salvando a população da nossa cidade”, declarou.

Já sobre a greve dos rodoviários, o vereador Raimundo Penha disse ter relação com 2 sindicatos. “No tocante à greve, as pessoas que estão nos ouvindo e são inteligentes sabem que ela é uma decisão entre sindicatos: o sindicato dos trabalhadores e o sindicato patronal. Esta greve está judicializada. Ela está no âmbito da Justiça do Trabalho”, explicou o pedetista ao acrescentar que está paralisado o setor de transporte não somente de São Luís, mas da região metropolitana – de responsabilidade do Governo do Estado.

Na oportunidade, o vereador pedetista informou ações que o prefeito de São Luís realizou para tentar finalizar com a greve dos rodoviários. “O prefeito, no primeiro momento, injetou dinheiro no sistema de transporte para evitar o aumento. E o que se dizia? O prefeito está favorecendo empresário. Os empresários queriam um aumento de mais de R$ 1. O prefeito deu R$ 0,20 e eu ainda acho muito dentro de um ambiente de pandemia, porque nós temos milhares de pessoas que perderam emprego e não têm como pagar uma passagem de transporte”, disse.

Por fim, Penha disse o que defende acerca da greve dos rodoviários. “Defendo que é hora de toda a sociedade, de todo agente político que tem responsabilidade… Defendo uma peregrinação desta Casa. Precisamos ir ao presidente do Tribunal de Justiça, ao presidente da Assembleia, ao procurador-geral de Justiça para que esses atores chamem na mesa e para que sente o prefeito, o governador, o Tribunal de Contas do Estado. A greve chegou ao limite”.

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