quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Quem paga a conta do vandalismo contra o transporte público de Brasília?

Em nota à imprensa, Associação que representa as empresas de transporte coletivo urbano no país repudia atos criminosos, que culminaram com a queima de cinco ônibus em Brasília

Brasília, 14 de dezembro 2022 -- A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), entidade que representa mais de 500 empresas operadoras e entidades do setor de transportes por ônibus no Brasil, lamenta e repudia os atos de vandalismo ocorridos na noite desta segunda-feira (12), na capital federal do país, que culminaram com a destruição de cinco ônibus urbanos. Trata-se de prática criminosa, que gera prejuízos não somente às empresas de ônibus; mas, especialmente, à população que utiliza esse serviço essencial.

A NTU que, desde o ano de 2004, monitora a ocorrência de incêndios em ônibus no Brasil, registrou, somente este ano, 62 veículos queimados (incluindo as últimas cinco ocorrências), contra 69 ocorrências, em 2021. Desde o início do monitoramento, já foram registrados 2.700 veículos incendiados, em todas as regiões do país, com destaque para o Sudeste, com 71% dos casos, seguido pela região Nordeste, com 16%. "É inadmissível que o ônibus seja usado como meio de protesto por grupos de vândalos ou facções criminosas, colocando vidas em riscos e gerando enormes prejuízos, inclusive por motivos que não têm nada a ver com o transporte coletivo", lamenta Francisco Christovam, presidente-executivo da NTU.

Para a Associação, somente a presença do Estado, por meio da atuação da segurança pública, pode inibir ações desse tipo. "São prejuízos que não podem ser embutidos nos custos das empresas, mas que acabam sendo absorvidos por elas", esclarece. Ocorrências como essas não são cobertas por seguradoras, prejudicando as empresas e, principalmente, os passageiros.

Nos registros de acompanhamento dessa prática criminosa, a NTU contabiliza ainda a ocorrência de 20 mortes e 79 feridos graves, no período de 1987 a 2022."Quem coloca fogo em ônibus não tem ideia dos riscos e nem do quanto essa prática afeta quem usa o serviço. Um ônibus queimado pode demorar três meses ou mais para ser reposto, a depender da situação da empresa", alerta Christovam. Segundo a NTU, a queima de um único ônibus representa um prejuízo estimado de R$ 500 mil, além de reduzir a oferta do serviço para os passageiros.

De acordo com a publicação "Fogueiras da Insensatez", lançada pela NTU, em 2018, em parceria com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), ocorreu um aumento do número de casos de ônibus incendiados, a partir de 2013, ano marcado por fortes protestos de rua contra o reajuste das passagens de ônibus, iniciados em São Paulo. Entre 2004 e 2018, a quantidade de ônibus queimados teria o potencial para transportar uma quantidade superior a um milhão de passageiros, por dia.

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